Vocês são detestáveis, por que leem até agora? Por que não viram os olhos ou deixa-me em paz em meus pensamentos? Hã? Por que não leem seus livros mortais, suas páginas amarelas cravadas nas mãos? Por que não param de olhar no profundo de minhas feridas e não saem? Não tem o que ler? Não tem para onde fugir? Pois então guardem-se, protejam-se com seus guarda-chuvas de pudor, das fúrias das palavras que vomitarei, que cuspirei como brados, como fogo, pois quem invade minha mente em chamas, sai chamuscado ou morto. Se sai.
Na vida tive apenas dois grados, a cachaça e a morte, com a cachaça tive filhas, sorri um bocado com os poucos dentes que me restavam, com a cachaça joguei conversa fora e sentei na sarjeta para escrever na terra com os dedos ossudos de velho, com a cachaça tornei-me vermelho...